Autor: Marion Zimmer Bradley e Deborah J. Ross
Tradução: Gisele Conti
...
Varzil deu de ombros. - O filho mais velho do ajudante de ordens de meu pai teve seu braço deslocado por um potro que cheirara a erva-fantasma.
Memórias o invadiram. Estava observando da cerca do curral, junto com Harald e alguns dos homens. O cavalo era um dos que eram trazidos anualmente dos pastos de inverno para serem marcados, amaciados e depois devolvidos na outra temporada antes de serem treinados para cavalgar. Kevan, o filho adolescente de Eric, havia amarrado e parado o potro.
O potro de três anos de idade, movido pelo frenesi da erva tóxica, tinha se jogado para trás para escapar de um terror imaginário. A mão de Kevan estava presa na corda, girando seu corpo e torcendo seu braço para trás antes que ele pudesse se soltar.
Varzil pulou para dentro da cerca um momento depois de Harald. Harald abanava os braços para espantar o cavalo. Relinchando, o animal assustou-se e desembestou para o outro lado da cerca, onde ficou tremendo e espumando pelo nariz. Os outros cavalos haviam corrido e se juntado no lado oposto.
Varzil inclinara-se sobre Kevan, que segurava seu ombro do mesmo modo que Carolin fazia agora. Kevan praguejava baixinho e a pele de sua boca ficara branca com a dor. O homem mais velho dos estábulos, Raul, avaliara o estrago com alguns toques leves, o mesmo cuidado que usaria com um potro assustado. Raul era um homenzinho esperto, mais baixo do que os outros, as costas curvadas e calejadas por anos combatendo o mau tempo e rebanhos selvagens.
- Deslocou seu ombro, jovem Kevan, - ele disse com uma voz gentil. - Mas logo o colocaremos de volta. Agora observe, Mestre Varzil. O modo usual é apoiar sua bota na axila do pobre homem e puxar o mais forte que puder. Isso funciona, mas rompe os músculos violentamente. Algumas vezes a cura é pior do que a doença. Mas veja bem, você pode fazê-lo com esperteza em vez de força.
Raul posicionara Kevan em suas costas e, continuando a falar em um tom suave, inclinou seu braço, puxando gentilmente pelo cotovelo. - Ah, agora estou esperando o momento em que os músculos rompidos relaxem. Suave é melhor, com homem e também com cavalos. Pode sentir como começa a ceder? Agora, aqui.
Devagar ele trouxe o cotovelo de Kevan para seu lado e girou o braço todo para que a mão chegasse até o ombro oposto. Varzil ouviu o estalido! Uma expressão de incrédulo alívio espalhou-se pela face de Kevan.
- Uma vez solto, um ombro tende a vaguear, - Raul disse enquanto Kevan se levantava. - Como algumas mocinhas que conheci, e também alguns maridos. Com um ombro, o truque é trazê-lo para trás antes que os músculos se firmem. - Ele deu uma piscadela indicando que não havia tratamento conhecido para os outros problemas.
- Entendo sobre ombros, - Kevan admitira com um sorriso tímido. - Esta é a minha terceira vez, mas colocá-lo de volta sempre foi pior do que deslocá-lo. Nunca foi assim tão fácil. - Ele agradecera o homem dos estábulos e saiu em direção à casa principal para enfaixar seu ombro.
Colocá-lo de volta sempre foi pior do que deslocá-lo. A frase ficara com Varzil, em sua memória.
continua...
Varzil deu de ombros. - O filho mais velho do ajudante de ordens de meu pai teve seu braço deslocado por um potro que cheirara a erva-fantasma.
Memórias o invadiram. Estava observando da cerca do curral, junto com Harald e alguns dos homens. O cavalo era um dos que eram trazidos anualmente dos pastos de inverno para serem marcados, amaciados e depois devolvidos na outra temporada antes de serem treinados para cavalgar. Kevan, o filho adolescente de Eric, havia amarrado e parado o potro.
O potro de três anos de idade, movido pelo frenesi da erva tóxica, tinha se jogado para trás para escapar de um terror imaginário. A mão de Kevan estava presa na corda, girando seu corpo e torcendo seu braço para trás antes que ele pudesse se soltar.
Varzil pulou para dentro da cerca um momento depois de Harald. Harald abanava os braços para espantar o cavalo. Relinchando, o animal assustou-se e desembestou para o outro lado da cerca, onde ficou tremendo e espumando pelo nariz. Os outros cavalos haviam corrido e se juntado no lado oposto.
Varzil inclinara-se sobre Kevan, que segurava seu ombro do mesmo modo que Carolin fazia agora. Kevan praguejava baixinho e a pele de sua boca ficara branca com a dor. O homem mais velho dos estábulos, Raul, avaliara o estrago com alguns toques leves, o mesmo cuidado que usaria com um potro assustado. Raul era um homenzinho esperto, mais baixo do que os outros, as costas curvadas e calejadas por anos combatendo o mau tempo e rebanhos selvagens.
- Deslocou seu ombro, jovem Kevan, - ele disse com uma voz gentil. - Mas logo o colocaremos de volta. Agora observe, Mestre Varzil. O modo usual é apoiar sua bota na axila do pobre homem e puxar o mais forte que puder. Isso funciona, mas rompe os músculos violentamente. Algumas vezes a cura é pior do que a doença. Mas veja bem, você pode fazê-lo com esperteza em vez de força.
Raul posicionara Kevan em suas costas e, continuando a falar em um tom suave, inclinou seu braço, puxando gentilmente pelo cotovelo. - Ah, agora estou esperando o momento em que os músculos rompidos relaxem. Suave é melhor, com homem e também com cavalos. Pode sentir como começa a ceder? Agora, aqui.
Devagar ele trouxe o cotovelo de Kevan para seu lado e girou o braço todo para que a mão chegasse até o ombro oposto. Varzil ouviu o estalido! Uma expressão de incrédulo alívio espalhou-se pela face de Kevan.
- Uma vez solto, um ombro tende a vaguear, - Raul disse enquanto Kevan se levantava. - Como algumas mocinhas que conheci, e também alguns maridos. Com um ombro, o truque é trazê-lo para trás antes que os músculos se firmem. - Ele deu uma piscadela indicando que não havia tratamento conhecido para os outros problemas.
- Entendo sobre ombros, - Kevan admitira com um sorriso tímido. - Esta é a minha terceira vez, mas colocá-lo de volta sempre foi pior do que deslocá-lo. Nunca foi assim tão fácil. - Ele agradecera o homem dos estábulos e saiu em direção à casa principal para enfaixar seu ombro.
Colocá-lo de volta sempre foi pior do que deslocá-lo. A frase ficara com Varzil, em sua memória.
continua...
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