quarta-feira, 23 de março de 2011

A Forja de Zandru - trecho 13

Autor: Marion Zimmer Bradley e Deborah J. Ross
Tradução: Gisele Conti

...
Auster encostou-se em sua cadeira, sem colocar muito peso. - Dizem também que é melhor deixar um banshee dormindo em paz. Neste caso, o próprio pai do garoto proibiu-o de vir aqui, e não ousamos contrariá-lo.
- E quanto aos próprios desejos de Varzil... e quanto ao seu destino? Você, o Guardião da Torre Arilinn, está intimidado por um lorde inferior Ridenow?
- Carlo, agora sou eu que o lembro de olhar melhor. Ir contra a vontade expressa do pai pode causar um dano incalculável para todos os envolvidos. Esqueça. Deixe a poeira abaixar. Pratique a disciplina do trabalho. Em poucos anos, o garoto terá concordado com a decisão de seu pai, e nenhum mal será feito.
- Um grande mal acordo terá sido feito! - Carolin balançou a cabeça. Como Auster e os outros não podiam ver isso? Se Varzil fosse um rapaz comum, poderia muito bem esquecer seu sonho de infância, mas ele não era comum. Carolin sentira a força de seu laran e a paixão que podia muito bem virar-se para o bem o para o mal.
Ele é importante... para mim, para todos em Darkover.
A mudança nos olhos de Auster mostrou a Carolin que ele captara o pensamento.
Alguns Hasturs têm o dom da presciência. Auster falou de mente para mente. Dizem que Allan Hastur, que forjou a paz entre seu clã e os Ridenow, podia ver o futuro. Há mais em jogo aqui do que um simples garoto.
Sim! Carolin lançou de volta para ele. Sim, é isso! Ele deu um suspiro. E usarei todo o poder de minha posição para ter a certeza de que ele tenha sua chance.
Auster balançou sua cabeça novamente. - Ordeno que se mantenha fora disso. É melhor para todos deixar que essas coisas sigam seu curso natural.
- E permitir que o rancor de gerações passadas comande tudo que fazemos agora? - Carolin rebateu.
- Você não é uma pessoa privada, para pensar apenas em si mesmo, - Auster o relembrou. - Em algumas coisas, nem mesmo o Rei dos Hasturs pode opinar. O mundo segue por sua vontade, não como você ou eu... ou mesmo o garoto Ridenow... quer.
- Entendo bem o que quer dizer, Auster. Sei muito bem o que está em jogo aqui e não tenho desejo de empurrar todo o campo para uma guerra. Mas deve haver outro caminho! - E eu o encontrarei!
- Considere as conseqüências. Pois se tomar qualquer decisão, Carolin Hastur, será responsável pelo que quer que venha a acontecer, para o bem ou para o mal.
- Então é minha escolha e meu fardo. - Carolin ergueu seu queixo. - Não há nada que posso dizer para convencê-lo?
- Oh, - Auster disse, o fantasma de um sorriso flutuou em sua boca. - Você já fez isso. Se esse rapaz retornar para nós com a benção de seu pai, com certeza o receberemos, sendo ele Ridenow ou não. Contente-se com isso.
Carolin sabia quando tinha sido dispensado. Ao menos, Auster havia lhe dado um lampejo de esperança. Se ele não podia mudar diretamente as mentes de Auster e Dom Felix, então podia ao menos se apegar a qualquer chance que lhe era oferecida. Ele teve a certeza de que haveria uma.

continua...

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