Autor: Marion Zimmer Bradley
Tradução: Ariane Pierine
...
Ela segurou o braço dele e o puxou para dentro do prédio. A construção era de pedra, formada por salas enormes, com grandes janelas de treliça que deixavam entrar muita luz. Apesar das trepadeiras que se enroscavam nas treliças, havia claridade suficiente para não precisarem de tochas.
- Queria saber se isso foi uma escola – disse Mikayla quando passaram por uma sala cheia de bancos e mesas.
- Talvez fosse um teatro – Fiolon chegou antes dela na sala seguinte. – Olhe como os bancos estão dispostos em tablados em volta do palco.
- É – disse Mikayla –, isso parece mesmo com um retrato de um teatro que vi num livro em casa. Mas uma escola também não poderia ter um teatro?
- Teria que ser uma escola muito rica – observou Fiolon.
- Quem sabe, se comparados conosco, os Desaparecidos não eram ricos – disse Mikayla. – Mesmo alguns artefatos que podem ter sido apenas quinquilharias para eles têm um preço incalculável para nós – ela colocou a cabeça numa porta e espiou uma sala menor atrás do palco. – Acho que isso é um tipo de depósito, mas está escuro. Você tem uma tocha?
Quasi apresentou de má vontade uma tocha e uma caixa de pavios, resmungando que algumas coisas talvez não devessem ser iluminadas.
Mikayla ignorou o mau humor dele, mas agradeceu e tirou a tocha da mão do oddling. Juntos, Fiolon e ela entraram na sala e ficaram boquiabertos de espanto. A sala era cheia de estantes, prateleiras e armários. Fiolon voltou para a sala do teatro para pegar outra tocha com Quasi, enquanto Mikayla começava a examinar as prateleiras. A primeira estava cheia de máscaras estilizadas, mas definitivamente de rostos humanos, na forma e na cor. Tinham buracos no lugar dos olhos para o usuário poder enxergar através deles, e um buraco menor no lugar da boca, obviamente para respirar e falar. Ao lado da prateleira havia um cabide com fantasias, mas quando Mikayla tentou tirar uma, ela se desfez na sua mão. A menina ficou desolada.
- O que foi que eu fiz?
Fiolon acendeu sua tocha na dela e tocou os fragmentos no chão. Desmancharam ainda mais quando ele os tocou.
- Você não fez nada, Mika. – ele procurou tranqüilizá-la. – Isso é um tipo de seda, e seda apodrece com o tempo. Qualquer coisa que encostasse aí ia destruir tudo.
- Ainda bem – disse Mikayla. – Odiaria pensar que estava destruindo peças valiosas da história.
continua...
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