quinta-feira, 10 de maio de 2012

A Forja de Zandru- trecho 45

Autor: Marion Zimmer Bradley e Deborah J. Ross
Tradução: Gisele Conti


...

Hali, vista do céu, erguia-se como uma radiante montanha de pequenas torres. Uma Torre subia, solitária, dos arredores mais distantes da cidade. Escondido na distância, invisível na semi-escuridão, estava o lendário Lago.
O carro-aéreo começou sua descida e a Torre foi perdida de vista. O sol do fim da tarde refletia vermelho nas janelas envidraçadas da cidade e banhava as construções com a obscuridade do crepúsculo. Enquanto se aproximavam, Varzil notou flâmulas penduradas como lagos multicores, dando a aparência de contínuo feriado. Ele olhou para as casas de pedra e madeira, espalhadas pela extensão da cidade. Pessoas a pé, a cavalos e veículos de todo o tipo enchiam as ruas, desde rudes carrinhos de feno até elegantes carruagens e liteiras. Ansiava por andar naquelas ruas, ver, tocar e sentir por si mesmo.
Jerônimo guiou o carro-aéreo para o coração da cidade e pousou-o em um espaçoso pátio que certamente pertencia ao maior e mais grandioso castelo de todos. Quando pararam, Varzil estava imóvel, boquiaberto.
- Acorda, cabeça dura! - Carolin se aproximou e deu-lhe um tapa no ombro. - Chegamos em casa.
Enquanto a porta se abria e eles desciam para o pavimento, uma pequena multidão os cercaram.
- Carlo! - Uma jovem mulher com cabelo vermelho-dourado, usando um vestido de um suave cinza-esverdeado e envolta em um xale do mesmo tom, gritou. Ela estava um pouco separada dos outros, com postura demais para a sua idade, mas quando viu Carolin, correu adiante. - Sentimos tanto sua falta! Mal posso acreditar que está aqui!
Carolin pegou suas mãos estendidas. - Também senti sua falta, Maura, mais do que posso dizer... e você, - virando-se para o homem alto e esguio ao seu lado, - Orain. Sua mulher e filhos estão com você? Alderic deve ter se tornado um belo garoto.
- Ele está muito bem, obrigado.
- Jandria, - Carolin continuou, - como é bom vê-la novamente! Aqui... estes são meus amigos, Eduin e Varzil.
Orain inclinou-se educadamente, seu rosto com seu maxilar protuberante traía seus sentimentos. Jandria dobrou os joelhos, sorrindo amplamente, mas Maura acenou dignamente com a cabeça. Seu jeito não era antipático, mas reservado. Varzil tinha visto aquela distância antes, em seus companheiros de trabalho na Torre. Sua mente tocou a dela. Seus olhos brilharam em reconhecimento.
- É Varzil de Arilinn! - Embora não oferecesse suas mãos em saudação, seu corpo inteiro brilhou em alegria. - E Eduin! É claro! Perdoe-me... não o reconheci!
- Nem nós, - Eduin disse calorosamente, - embora falemos tantas vezes através das transmissões.
- Nós todos esperávamos que Carlo trouxesse alguns de seus amigos de bebedeira para a cidade. - O sorriso de Jandria tornou-se zombeteiro. - Não tão boa companhia! Espero que não estejam tão exaustos que não possam aproveitar o baile, ou todos teremos que passar o Festival tão melancólicos quanto os cristoforos!

Maura virou-se para Varzil, baixando timidamente o olhar.


...continua

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