Autor: Marion Zimmer Bradley
Tradução: Ariane Pierine
Tradução: Ariane Pierine
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Não se preocupe, mamãe. Os skriteks não vão machucar Mika – uma criança soou com segurança da porta. – Ela conversa com eles e eles a deixam em paz.
Haramis duvidou da veracidade dessa afirmação. Ela certamente podia afastar os skriteks com uma ordem, mas ela era a arquimaga.
Os skriteks, normalmente chamados de afogados, eram conhecidos pelo hábito de se esconder embaixo da água à espera das presas, que podiam ser todos os outros oddlings (como os nyssomus) e animais grandes, arrastando-os para baixo para morrerem afogados antes de serem devorados. Seus hábitos de caça fora da água eram ainda piores. Em terra, eles caçavam em bandos. Haramis tinha até visto ataques a seres humanos. Na verdade, um bando de skriteks destruíra parte do exército do rei Voltrik. Já que o rei Voltrik de Labornok tinha invadido Ruwenda, matando os pais dela e estava tentando matá-la e às irmãs, na época Haramis foi capaz de conter as lágrimas.
E esses eram os adultos. De certa forma, os mais novos eram ainda piores. Os skriteks punham ovos e os abandonavam. Eles eram os únicos oddlings que tinham um verdadeiro estágio de larva, e que se defendia da melhor forma possível, muito bem por sinal, até tecer um casulo, mudar e surgir como um pequeno e voraz adulto. Haramis teve a sensação desagradável de que um dos bosques de árvores mortas que os skriteks usavam para processar essa metamorfose ficava na rota escolhida pelas crianças. Ela resolveu verificar isso logo que tivesse uma chance.
Naquele momento a rainha apresentava orgulhosamente seu “bebê” – o príncipe Egon, com dez anos de idade. Ele curvou-se corretamente segurando a mão de Haramis, e ela disfarçou o riso muito bem. Aquele pequeno era um conquistadorzinho mesmo. Tinha uma cabeleira dourada e cacheada e olhos azuis, enormes e inocentes – na verdade ele parecia muito com Anigel. Deve ter sido um temporão, pensou Haramis. Espero que tenha cérebro, mas com essa aparência talvez consiga sobreviver sem ele.
- Então sua irmã conversa com os skriteks, não é? – perguntou Haramis. – O que ela diz para eles?
- Ela diz que eles estão proibidos de declarar guerra contra os humanos.
Haramis ficou surpresa. Isso era verdade, e fazer cumprir essa proibição era um dos deveres da arquimaga. Mas como Mikayla podia saber – e sob quais circunstâncias discutia isso com os skriteks? Achava que os skriteks não levavam a proibição muito a sério. Mas se Mikayla não pensava assim...
Era de suma importância para Haramis conhecer Mikayla o mais depressa possível.
continua...
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