Tradução: Bruna Masdjid
Profunda gratidão: a Ann Sharp do Cartel de Estudos dos Trabalhos Literários de Marion Zimmer Bradley; a Adrienne Martine-Barnes, por todas as suas contribuições maravilhosas ao longo dos anos; aos meus confiantes leitores, Sue Wolven, Susan Franzblau, e Catherine Asaro; a Marsha Jones, minunciosamente extraordinária; e especialmente a minha editora, Betsy Wollheim, por ouvir com uma mente aberta as minhas vastas idéias sobre como cortar em pedaços a história, retomá-la e juntá-la devidamente.
INTRODUÇÃO
Minha própria "voz" pessoal nas histórias de Darkover sempre foi o primeiro personagem que criei para elas: Lew Alton. Lew Alton foi o herói do primeiro esboço da fantasia pré-Darkover que eu escrevi quando era uma jovem garota. É muito difícil separar o meu próprio ponto de vista do de Lew...Eu admito ter ficado curiosa de vez em quando para saber como Lew, que não é, pelo menos na superfície, um personagem muito interessante, parece ser de fora. Pra mim é um pouco difícil vê-lo exceto de dentro de sua própria pele, e eu tenho me afastado, antes disso,de tentar vê-lo através de outros olhos.
—Marion Zimmer Bradley
Eu acho que a única forma de escrever sobre personagens criados por outra pessoa é você mesmo se apaixonar por eles. Assim como cada relação amorosa é única, assim é cada visão criativa. Por tudo que é bom e verdadeiro nestas páginas, agradeço a todos aqueles cuja visão formou uma base em mim. As falhas e deficiências são obra minha.
—Deborah J. Ross
Quatro anos após a morte de Regis Hastur e a saída da Federação Terráquea, no percurso das Hellers...
O grande sol vermelho de Darkover ascendia acima dos picos da montanha, lançando uma luz soturna através do banco de nuvens de cristais de gelo. Embora o pior das tempestades de inverno tivesse passado, o vento ainda era extremamente cortante.Um homem de meia idade fez uma pausa em sua escalada até uma rocha despencar de um declive e ajustou bem a sua capa puída em torno de seus ombros. Uma rajada de vento o fez perder o fôlego.
Virando as costas para o vento, ele olhou para o vilarejo no vale, com seu conjunto de casas de pedra, currais, galpões para armazenamento de alimentos, o regato que servia de tanque para a psicultura. Seu povo tinha cultivado aqui, numa época remota, cuidando de seus rebanhos, dos fluxos de pesca e coleta de nozes da floresta alinhadas nas encostas, e trocavam peles e queijo no comércio de Nevarsin por aquelas coisas que não podiamproduzir por si mesmos. Depois, a comunidade tinha apoiado uma dúzia de famílias ou mais.
Agora, Garin pensavac om indizível tristeza, há apenasum punhado de gente.Uma única espiral de fumaça subia das casas de campo, os currais estavam vazios, exceto por um par de velhos chervines, e o telhado do maior celeiro tinha desabado.
Garin ergueu o olhar para a encosta, uma vez grossa com árvores frutíferas nozes, âmbar, resinas e madeiras aromáticas, agora um emaranhado de fragmentos enegrecidos. Alguns dos danos eram antigos, das fogueiras de uma geração atrás. Garin tinha sido apenas uma criança, mas parecia que toda a extensão Heller havia estado em chamas. O senhor Hastur, Regis, tinha enviado comida e mudas para reflorestar as encostas. Longos anos se seguiram, as árvores haviam prosperado e os rebanhos caprinos aumentaram. Garin havia se casado com uma garota de Rockraven, perto da fronteira Aldaran, e felizmente cheio de sementes para criar seus filhos.
Então, três verões se passaram, os incêndios voltaram, como sempre acontecia. Só que desta vez nenhuma ajuda havia chegado, sem produtos químicos de combate a incêndios, sem tropas enviadas pelo Comyn. Garin e os outros homens protejeram suas casas da melhor forma que puderam. Protejeram o vilarejo e a maior parte do gado, mas não puderam fazer o mesmo pela floresta.
As cabras morreram, uma por uma, então todo o rebanho, e aqueles que comeram a carne contaminada. O irmão de Garin, Tomas, chorou sobre os túmulos de seus dois filhos e disse que deveria ser uma maldição enviada pelos deuses. Garin tinha respondido quem puniria as criancinhas desta forma? As coisas iriam melhorar. Eles precisavam.
Agarrava-se a que a esperança mesmo quando sua própria filha caçula faleceu, e os outros cresceram magros e fracos. No inverno passado, mataram metade dos chervines para o alimento, mas não foi suficiente. Com o frio e a umidade chegou a epidemia e a febre. O último dos idosos morreu, e também a mulher de Garin.
Agora, apenas dez deles sobreviveram, nenhum muito jovem ou muito velho. Eles tinham algumas maçãs e um pouco de peixe salgado, nozes e feijão que sobraram do verão passado. Não havia mais nada para plantar, pois eles tinham comido a maior parte das sementes separadas para o cultivo.
Melhor ir agora na primavera enquanto ainda podemos. O pensamento rasgou o coração Garin, que ele pode nunca mais ver o vilarejo no vale vivo com flores e risos, sol brilhante sobre a água, filhotes de cabras e crianças saltitando pelas encostas dos morros. Ele tinha ido até lá para se despedir sozinho, para preparar-se, a duras penas, para a jornada que teria pela frente.
Podemos morrer na estrada, mas certamente morreremos se ficarmos.
Na cabana, onde eles se reuniram em busca de calor e uma última refeição, Garin encontrou uma porção de atividades. Lina ergueu-se após amarrar um cachecol em um dos filhos menores, um menino de aproximadamente seis anos.Ela cuidava de todos eles, embora apenas dois fossem biológicos, uma menina tímida de dez e o adolescente que cuidava do gado, ainda estavam vivos. Como as outras duas mulheres sobreviventes, ela era viúva, e parente de Garin. Em pouco tempo, ela tinha todas as crianças vestidas, cada uma com sua trouxa, e um bastão feito galho para caminhar na neve.
Lá fora, o filho de Lina, Raymon, tinha carregado os dois chervines com barracas e cobertores, água em cantis de couro, todos os seus alimentos restantes e um embrulho pequeno com peles para trocar no mercado. Garin pôs nos ombros suas próprias cargas, e partiram todos. Duas das crianças fungaram, e uma das mulheres soluçava enquanto avançava a sinuosa trilha através de uma fenda nas montanhas e o vilarejo foi perdido de vista.
Enquanto viajavam para além dos lugares que conheciam, a terra foi se tornando ainda mais selvagem. Eles passaram por trechos de floresta queimada, terra com marcas e buracos de erosão, deslizamentos de terra e quedas de rochas, e uma vez que um emaranhado de ossos de animais amontoados como galhos secos. Durante vários dias seguidos, algumas crianças acordaram gritando devido a pesadelos. Às vezes a trilha era limpa, outras obscurecida por detritos. Uma vez eles se perderam ao tentar encontrá-la novamente e passaram a noite em tendas em um declive da rocha fragmentada, ouvindo o uivo dos ventos abaixo dos penhascos.
"São os pássaros-espíritos?" Elena, a menor das meninas, perguntou a Garin.
DEDICATÓRIA
Para todos aqueles amantes fiéis de Darkover que agora descansam em paz.
AGRADECIMENTOS
Para todos aqueles amantes fiéis de Darkover que agora descansam em paz.
AGRADECIMENTOS
Profunda gratidão: a Ann Sharp do Cartel de Estudos dos Trabalhos Literários de Marion Zimmer Bradley; a Adrienne Martine-Barnes, por todas as suas contribuições maravilhosas ao longo dos anos; aos meus confiantes leitores, Sue Wolven, Susan Franzblau, e Catherine Asaro; a Marsha Jones, minunciosamente extraordinária; e especialmente a minha editora, Betsy Wollheim, por ouvir com uma mente aberta as minhas vastas idéias sobre como cortar em pedaços a história, retomá-la e juntá-la devidamente.
INTRODUÇÃO
Minha própria "voz" pessoal nas histórias de Darkover sempre foi o primeiro personagem que criei para elas: Lew Alton. Lew Alton foi o herói do primeiro esboço da fantasia pré-Darkover que eu escrevi quando era uma jovem garota. É muito difícil separar o meu próprio ponto de vista do de Lew...Eu admito ter ficado curiosa de vez em quando para saber como Lew, que não é, pelo menos na superfície, um personagem muito interessante, parece ser de fora. Pra mim é um pouco difícil vê-lo exceto de dentro de sua própria pele, e eu tenho me afastado, antes disso,de tentar vê-lo através de outros olhos.
—Marion Zimmer Bradley
Eu acho que a única forma de escrever sobre personagens criados por outra pessoa é você mesmo se apaixonar por eles. Assim como cada relação amorosa é única, assim é cada visão criativa. Por tudo que é bom e verdadeiro nestas páginas, agradeço a todos aqueles cuja visão formou uma base em mim. As falhas e deficiências são obra minha.
—Deborah J. Ross
PRÓLOGO
Quatro anos após a morte de Regis Hastur e a saída da Federação Terráquea, no percurso das Hellers...
O grande sol vermelho de Darkover ascendia acima dos picos da montanha, lançando uma luz soturna através do banco de nuvens de cristais de gelo. Embora o pior das tempestades de inverno tivesse passado, o vento ainda era extremamente cortante.Um homem de meia idade fez uma pausa em sua escalada até uma rocha despencar de um declive e ajustou bem a sua capa puída em torno de seus ombros. Uma rajada de vento o fez perder o fôlego.
Virando as costas para o vento, ele olhou para o vilarejo no vale, com seu conjunto de casas de pedra, currais, galpões para armazenamento de alimentos, o regato que servia de tanque para a psicultura. Seu povo tinha cultivado aqui, numa época remota, cuidando de seus rebanhos, dos fluxos de pesca e coleta de nozes da floresta alinhadas nas encostas, e trocavam peles e queijo no comércio de Nevarsin por aquelas coisas que não podiamproduzir por si mesmos. Depois, a comunidade tinha apoiado uma dúzia de famílias ou mais.
Agora, Garin pensavac om indizível tristeza, há apenasum punhado de gente.Uma única espiral de fumaça subia das casas de campo, os currais estavam vazios, exceto por um par de velhos chervines, e o telhado do maior celeiro tinha desabado.
Garin ergueu o olhar para a encosta, uma vez grossa com árvores frutíferas nozes, âmbar, resinas e madeiras aromáticas, agora um emaranhado de fragmentos enegrecidos. Alguns dos danos eram antigos, das fogueiras de uma geração atrás. Garin tinha sido apenas uma criança, mas parecia que toda a extensão Heller havia estado em chamas. O senhor Hastur, Regis, tinha enviado comida e mudas para reflorestar as encostas. Longos anos se seguiram, as árvores haviam prosperado e os rebanhos caprinos aumentaram. Garin havia se casado com uma garota de Rockraven, perto da fronteira Aldaran, e felizmente cheio de sementes para criar seus filhos.
Então, três verões se passaram, os incêndios voltaram, como sempre acontecia. Só que desta vez nenhuma ajuda havia chegado, sem produtos químicos de combate a incêndios, sem tropas enviadas pelo Comyn. Garin e os outros homens protejeram suas casas da melhor forma que puderam. Protejeram o vilarejo e a maior parte do gado, mas não puderam fazer o mesmo pela floresta.
As cabras morreram, uma por uma, então todo o rebanho, e aqueles que comeram a carne contaminada. O irmão de Garin, Tomas, chorou sobre os túmulos de seus dois filhos e disse que deveria ser uma maldição enviada pelos deuses. Garin tinha respondido quem puniria as criancinhas desta forma? As coisas iriam melhorar. Eles precisavam.
Agarrava-se a que a esperança mesmo quando sua própria filha caçula faleceu, e os outros cresceram magros e fracos. No inverno passado, mataram metade dos chervines para o alimento, mas não foi suficiente. Com o frio e a umidade chegou a epidemia e a febre. O último dos idosos morreu, e também a mulher de Garin.
Agora, apenas dez deles sobreviveram, nenhum muito jovem ou muito velho. Eles tinham algumas maçãs e um pouco de peixe salgado, nozes e feijão que sobraram do verão passado. Não havia mais nada para plantar, pois eles tinham comido a maior parte das sementes separadas para o cultivo.
Melhor ir agora na primavera enquanto ainda podemos. O pensamento rasgou o coração Garin, que ele pode nunca mais ver o vilarejo no vale vivo com flores e risos, sol brilhante sobre a água, filhotes de cabras e crianças saltitando pelas encostas dos morros. Ele tinha ido até lá para se despedir sozinho, para preparar-se, a duras penas, para a jornada que teria pela frente.
Podemos morrer na estrada, mas certamente morreremos se ficarmos.
Na cabana, onde eles se reuniram em busca de calor e uma última refeição, Garin encontrou uma porção de atividades. Lina ergueu-se após amarrar um cachecol em um dos filhos menores, um menino de aproximadamente seis anos.Ela cuidava de todos eles, embora apenas dois fossem biológicos, uma menina tímida de dez e o adolescente que cuidava do gado, ainda estavam vivos. Como as outras duas mulheres sobreviventes, ela era viúva, e parente de Garin. Em pouco tempo, ela tinha todas as crianças vestidas, cada uma com sua trouxa, e um bastão feito galho para caminhar na neve.
Lá fora, o filho de Lina, Raymon, tinha carregado os dois chervines com barracas e cobertores, água em cantis de couro, todos os seus alimentos restantes e um embrulho pequeno com peles para trocar no mercado. Garin pôs nos ombros suas próprias cargas, e partiram todos. Duas das crianças fungaram, e uma das mulheres soluçava enquanto avançava a sinuosa trilha através de uma fenda nas montanhas e o vilarejo foi perdido de vista.
Enquanto viajavam para além dos lugares que conheciam, a terra foi se tornando ainda mais selvagem. Eles passaram por trechos de floresta queimada, terra com marcas e buracos de erosão, deslizamentos de terra e quedas de rochas, e uma vez que um emaranhado de ossos de animais amontoados como galhos secos. Durante vários dias seguidos, algumas crianças acordaram gritando devido a pesadelos. Às vezes a trilha era limpa, outras obscurecida por detritos. Uma vez eles se perderam ao tentar encontrá-la novamente e passaram a noite em tendas em um declive da rocha fragmentada, ouvindo o uivo dos ventos abaixo dos penhascos.
"São os pássaros-espíritos?" Elena, a menor das meninas, perguntou a Garin.
continua ...
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